quinta-feira, 23 de abril de 2009

CARTA AOS MACACOS

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Não se vão sem degustar o puro destino maldoso!
A lua ainda não chegou...
A noite já falha.
E os galhos se passam sem exalar seu perder.

Não se vão sem degustar
A própria palavra,
De calar-se ao escutar a voz da angústia salgada
Que queima a saudade e esgota o saber.

Não se deixem ao se desejar,
Pois a gota de bile
E a fumaça pintada não queimam ao deitar:
Elas apenas derretem o peito
Gritando para a boca calar de mamar.

E o peito só dói
Porque gosta de rir.

Rir ao contrário do rio
Sem exaurir a corrente beleza.

A lua não chegou
E o rio já passou.
E a vida mata de sede
A natureza que o sonho encantou.

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